Escrevo porque não digo...
O que sinto, calo.

sábado, 24 de julho de 2010

Jogue-se, eu ouvi.



Jogue-se!
O mundo diz: Jogue-se, tão pequenina!
Sussurros sobre o meu ser, cochichos sobre os meus cochilos...
mas o meu corpo ouve, os meus olhos falam,
gritam ecoando tudo que não querem escutar.
E digo-lhes muito mais do que penso, muito mais do que sei.
Soco-lhes com palavras,arranco seus corações malditos,
sujos, bandidos,com o que, em mim, é verdade...
o que a minha alma me manda fazer.
Sonhei que estava voando... tão leve e veloz que até me pareceu real.
E as lágrimas não mais me tocam, tampouco me chocam.
Não desejo simplesmente mais nada a esses inúteis.
Nem mesmo pena tenho... NADA é o que lhes ofereço.
Ah! Sim, desejo-lhes uma longa vida... maior que a minha até,
para que jamais possam novamente se aproximar.
E então me vou, e voo por todos os sonhos bons que eu assim tiver.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Parto



Parto pra chegar
Parto pra se ir
Parto pra quebrar
Parto estando aqui

No parto, desfazem-se nós
Renova-se lençóis
Apertam-se os laços
Desgasta-se sapatos

Retratos, lembranças, criança crescida...
Em mim, ela dança tão mansa que posso agora sentir

Posso sentir teu retorno
Posso sentir o abrir desse baú, e rever meu tesouro
Posso sentir minha menina, linda, saindo da roda-gigante

Malas Semi-Feitas



- Então, vais mesmo?
- Sim, me vou.
- E o amor, não conta?
- O amor? O amor é o que dá cor a vida...
Mas é necessário um cavalete para apoiar essa tela,
os pincéis certos para iniciar sua construção,
e que o pintor se identifique com as tintas.

sábado, 17 de julho de 2010

A quê será que lhe remete o espelho?



Seu rosto, hoje, marcado
Por tantas curvas,
Por tanta estrada.
E o que lhe resta são só reflexos
Junto a lembranças de um bom passado,
Que, apenas num retrato, agora ele observa.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

E eu que me descrevo e me escondo,
me escrevo e não me conto,
não me leio em voz alta,
mas em pauta me coloco...
Deslocada, meio fria, sou um poço de mistério...
Impulsiva, irresponsável, sonhadora.


Eu não nego...
Em alguns desses, sim, me encaixo.
Mas apenas cá, sei eu,
o vento que me sopra o barco,
a força que segura a vela,
os mares por onde navego,
e as ondas,
se são calmas ou com pedras.


Sim, sim, o pensamento é só nosso.
Mas quem nunca teve medo ou vergonha de pensar
Por ter pensado
No que Deus pensaria
Dos seus pensamentos?
Quem?
Hum?
Hein?!

sábado, 10 de julho de 2010

E agora, o que me resta?


Te esconder de mim,
Assim, como quem nada quer,
Só pra seguir o resto do caminho,
Sozinho,
Sem ti.
Fostes embora,
Levando parte do meu peito
E respeito o teu querer,
A vontade do teu ser.
Mas confesso que te guardo
Como um retrato, colocado no mural da minha alma.

quinta-feira, 8 de julho de 2010



A arte é o retrato da alma de seu artista.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Saudade em mim...



Jamais quis te dizer adeus,
Jamais quis te dar o último beijo,
O último olhar,
Esquecer meu desejo.

Apenas pensei ser o fim da estrada,
O final do teu amor...
E para a minha dor, a chegada.

E a saudade, assim, se fez...
Entrou no meu peito,
Tornou-se companhia,
Sangrou minha alma
E, em mim, fez moradia.


Sinto falta do teu peito
Doce leito, onde eu vivia a repousar
Cheiro bom, com teu encanto
Uma mistura que ainda vem me procurar


E eu sempre vou pensar...
Aqui,
Em qualquer lugar.

O amor traz a mais gostosa e dolorosa beleza a vida...
Saudade que arde o peito,
Maltrata-me no espelho,
Invade os mais sinceros pensamentos.
Momentos só meus
Que são todos teus.

E penso, sim,
Se, em mim, tu ainda pensas.
E penso, sim,
Se algo novo já te tenta.
E penso, sim
Na tua falta nada, nada amena.

sábado, 3 de julho de 2010

Pode ser que sim...



Pode ser que sim,
Pode ser que não,
Pode ser talvez,
É só opinião.

O real não sei
Nem você também.

Mas se cabe a alguém
Essa dor findar,
Deus, eu sei, é quem
Pode a nós nos dar.

sexta-feira, 2 de julho de 2010


Sei que em ti chove,
Mas uma tempestade, em mim, parece não querer cessar...
Sou um navio naufragando em alto mar.


Revolto-me!
Revolto-me, sim!
Revolto-me, pois sou humana...
Faço parte dessa raça podre e sem alma.
Essa raça egoísta e oportunista
Que se delicia com vinganças inúteis.
Fúteis!
Fúteis!
Dissimulados!
Felizes?
(Risos) Se iludem!