Escrevo porque não digo...
O que sinto, calo.

domingo, 24 de novembro de 2013

Em algum momento...


Em algum momento da vida, depois de ter crescido, você vai se sentir tão pequeno e frágil, que toda a coragem que você teve na adolescência vai sumir, como se jamais tivesse existido antes. E aquela vontade de enfrentar o mundo, ou de beijar alguém num lugar que parecia impróprio parecerá tão distante de quem você se transformou, que se deparará com questionamentos como “Nossa! Como eles conseguem fazer isso? Eu jamais conseguiria!”, quando, na verdade, você foi exatamente como eles, um dia.
O tempo traz medos tão tolos à vida, que o que é verdadeiramente importante vai ficando para trás, dando espaço a um cansaço inútil e completamente dispensável. Deixa-se de dar um beijo em quem se ama, ao acordar, somente pela certeza de que aquela pessoa acordará ali todos os dias; deixa-se de dormir de conchinha, numa cama de casal, por parecer apertado e incômodo, quando já foi tão prazeroso dividir um velho colchãozinho de solteiro; deixa-se, então, aos poucos, o sorriso ir fechando-se, a doçura ser entregue aos estresses rotineiros do “mundo normal”, e vai se tornando comum não falar mais sobre os sentimentos, a criar e guardar pensamentos e, sem perceber, não se percebe mais quem o outro é, e não enxerga-se mais a sua essência.
O amor, seja ele doce, duro, romântico, racional, dosado ou exagerado, é como uma casa que enfrenta todo um inverno rigoroso esperando a chegada do sol, para seca-la e aquecê-la, fazendo com que suas paredes não mofem.
Se você conhece alguém há cinco meses, seis ou trinta anos, olhe-o dentro dos olhos, beije-os, diga que o ama, ou não diga nada, mas dê-lhe um abraço apertado sempre que puder, lembrando que o Tempo traz cada um e o leva quando menos se espera e que, ao deitar, tem-se a certeza de dormir, mas acordar é uma graça recebida somente com o abrir dos olhos.
Então, ame em cada detalhe, com tudo que puder! Ame, somente ame com força e fé!