Em algum
momento da vida, depois de ter crescido, você vai se sentir tão pequeno e
frágil, que toda a coragem que você teve na adolescência vai sumir, como se
jamais tivesse existido antes. E aquela vontade de enfrentar o mundo, ou de
beijar alguém num lugar que parecia impróprio parecerá tão distante de quem você
se transformou, que se deparará com questionamentos como “Nossa! Como eles
conseguem fazer isso? Eu jamais conseguiria!”, quando, na verdade, você foi
exatamente como eles, um dia.
O tempo traz
medos tão tolos à vida, que o que é verdadeiramente importante vai ficando para
trás, dando espaço a um cansaço inútil e completamente dispensável. Deixa-se de
dar um beijo em quem se ama, ao acordar, somente pela certeza de que aquela
pessoa acordará ali todos os dias; deixa-se de dormir de conchinha, numa cama
de casal, por parecer apertado e incômodo, quando já foi tão prazeroso dividir
um velho colchãozinho de solteiro; deixa-se, então, aos poucos, o sorriso ir
fechando-se, a doçura ser entregue aos estresses rotineiros do “mundo normal”,
e vai se tornando comum não falar mais sobre os sentimentos, a criar e guardar
pensamentos e, sem perceber, não se percebe mais quem o outro é, e não
enxerga-se mais a sua essência.
O amor, seja
ele doce, duro, romântico, racional, dosado ou exagerado, é como uma casa que
enfrenta todo um inverno rigoroso esperando a chegada do sol, para seca-la e
aquecê-la, fazendo com que suas paredes não mofem.
Se você
conhece alguém há cinco meses, seis ou trinta anos, olhe-o dentro dos olhos, beije-os,
diga que o ama, ou não diga nada, mas dê-lhe um abraço apertado sempre que puder,
lembrando que o Tempo traz cada um e o leva quando menos se espera e que, ao
deitar, tem-se a certeza de dormir, mas acordar é uma graça recebida somente
com o abrir dos olhos.
Então, ame
em cada detalhe, com tudo que puder! Ame, somente ame com força e fé!
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