Escrevo porque não digo...
O que sinto, calo.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Por ti...

É tanto que de mim parte
De amor e de saudade
Por ti, que enfeita as minhas canções

É tanto que em mim existe
Que esqueço se já fui triste
Quando tu, então, vens

É tanto que, em mim, faz frio
Se sem o teu corpo esguio
Me deito uma noite só

Mas só, sei que nunca estou
Pois Deus me presenteou
Contigo, meu bem maior

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Certa vez, disseram- me:
"não deposite todas as suas fichas no amor...
escolha- as, separe- as, pese e jogue."
Mas o amor nada tem a ver com uma aposta.
O amor é feito de compartilhamento,
sinceridade, afeto...
uma verdadeira junção de almas.
O verdadeiro amor é livre como um pássaro,
que voa sozinho,
colhe gravetos e volta para casa,
para o preparo do seu ninho.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Carinhos Explícitos


Quando meus olhos,
Fixos nos finos traços do teu rosto moreno,
São fitados pelos teus, negros, lindos,
Não me desconserto...
Concreto, concentro ali minha alma
E exploro todos, todos os ângulos que me permitem admirar-te.

Disseram-me, certa vez, que era eu um grande tolo
por não brigar por amor.
Mas por amor não se briga, nem fere a ferro nem fogo.
Se é mesmo amor, é apenas livre...
Simplesmente é.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010



Peguei-me sorrindo,
sonhando acordada com teus belos olhos.
Ao vê-los molhados, em nosso último encontro,
quis dar-te um abraço,
apertar-te contra o meu peito
e pensar que a vida inteira seria aquela noite.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

31/07- 23:55h


Teus olhos ainda têm o mesmo brilho de sempre,
Teus lábios ainda sorriem o mesmo sorriso lindo de sempre,
E a minha carne treme ao se aproximar da tua.
Frente a ti, sinto minha alma fora do corpo,
Leve,
Livre.
E me desprendo de tudo...
Posso me despir,
Me virar do avesso,
E ser inteira ao te ter.

sábado, 24 de julho de 2010

Jogue-se, eu ouvi.



Jogue-se!
O mundo diz: Jogue-se, tão pequenina!
Sussurros sobre o meu ser, cochichos sobre os meus cochilos...
mas o meu corpo ouve, os meus olhos falam,
gritam ecoando tudo que não querem escutar.
E digo-lhes muito mais do que penso, muito mais do que sei.
Soco-lhes com palavras,arranco seus corações malditos,
sujos, bandidos,com o que, em mim, é verdade...
o que a minha alma me manda fazer.
Sonhei que estava voando... tão leve e veloz que até me pareceu real.
E as lágrimas não mais me tocam, tampouco me chocam.
Não desejo simplesmente mais nada a esses inúteis.
Nem mesmo pena tenho... NADA é o que lhes ofereço.
Ah! Sim, desejo-lhes uma longa vida... maior que a minha até,
para que jamais possam novamente se aproximar.
E então me vou, e voo por todos os sonhos bons que eu assim tiver.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Parto



Parto pra chegar
Parto pra se ir
Parto pra quebrar
Parto estando aqui

No parto, desfazem-se nós
Renova-se lençóis
Apertam-se os laços
Desgasta-se sapatos

Retratos, lembranças, criança crescida...
Em mim, ela dança tão mansa que posso agora sentir

Posso sentir teu retorno
Posso sentir o abrir desse baú, e rever meu tesouro
Posso sentir minha menina, linda, saindo da roda-gigante

Malas Semi-Feitas



- Então, vais mesmo?
- Sim, me vou.
- E o amor, não conta?
- O amor? O amor é o que dá cor a vida...
Mas é necessário um cavalete para apoiar essa tela,
os pincéis certos para iniciar sua construção,
e que o pintor se identifique com as tintas.

sábado, 17 de julho de 2010

A quê será que lhe remete o espelho?



Seu rosto, hoje, marcado
Por tantas curvas,
Por tanta estrada.
E o que lhe resta são só reflexos
Junto a lembranças de um bom passado,
Que, apenas num retrato, agora ele observa.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

E eu que me descrevo e me escondo,
me escrevo e não me conto,
não me leio em voz alta,
mas em pauta me coloco...
Deslocada, meio fria, sou um poço de mistério...
Impulsiva, irresponsável, sonhadora.


Eu não nego...
Em alguns desses, sim, me encaixo.
Mas apenas cá, sei eu,
o vento que me sopra o barco,
a força que segura a vela,
os mares por onde navego,
e as ondas,
se são calmas ou com pedras.


Sim, sim, o pensamento é só nosso.
Mas quem nunca teve medo ou vergonha de pensar
Por ter pensado
No que Deus pensaria
Dos seus pensamentos?
Quem?
Hum?
Hein?!

sábado, 10 de julho de 2010

E agora, o que me resta?


Te esconder de mim,
Assim, como quem nada quer,
Só pra seguir o resto do caminho,
Sozinho,
Sem ti.
Fostes embora,
Levando parte do meu peito
E respeito o teu querer,
A vontade do teu ser.
Mas confesso que te guardo
Como um retrato, colocado no mural da minha alma.

quinta-feira, 8 de julho de 2010



A arte é o retrato da alma de seu artista.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Saudade em mim...



Jamais quis te dizer adeus,
Jamais quis te dar o último beijo,
O último olhar,
Esquecer meu desejo.

Apenas pensei ser o fim da estrada,
O final do teu amor...
E para a minha dor, a chegada.

E a saudade, assim, se fez...
Entrou no meu peito,
Tornou-se companhia,
Sangrou minha alma
E, em mim, fez moradia.


Sinto falta do teu peito
Doce leito, onde eu vivia a repousar
Cheiro bom, com teu encanto
Uma mistura que ainda vem me procurar


E eu sempre vou pensar...
Aqui,
Em qualquer lugar.

O amor traz a mais gostosa e dolorosa beleza a vida...
Saudade que arde o peito,
Maltrata-me no espelho,
Invade os mais sinceros pensamentos.
Momentos só meus
Que são todos teus.

E penso, sim,
Se, em mim, tu ainda pensas.
E penso, sim,
Se algo novo já te tenta.
E penso, sim
Na tua falta nada, nada amena.

sábado, 3 de julho de 2010

Pode ser que sim...



Pode ser que sim,
Pode ser que não,
Pode ser talvez,
É só opinião.

O real não sei
Nem você também.

Mas se cabe a alguém
Essa dor findar,
Deus, eu sei, é quem
Pode a nós nos dar.

sexta-feira, 2 de julho de 2010


Sei que em ti chove,
Mas uma tempestade, em mim, parece não querer cessar...
Sou um navio naufragando em alto mar.


Revolto-me!
Revolto-me, sim!
Revolto-me, pois sou humana...
Faço parte dessa raça podre e sem alma.
Essa raça egoísta e oportunista
Que se delicia com vinganças inúteis.
Fúteis!
Fúteis!
Dissimulados!
Felizes?
(Risos) Se iludem!

terça-feira, 29 de junho de 2010



Sim, agradeço a Deus por ver um mundo lindo, vivo.
Sim, agradeço a Deus por tantas cores
E pelas dores, que me fazem crescer
e ver que "isso aqui" não é nada,
Que "isso aqui" se acaba, passa...
Que é cinza ao vento,
E que o tempo, nada mais é, que o bilhete para a eternidade.

Palmas! Palmas! Palmas!



Aplausos a mentira!
Sorrisos aos tolos...
pobres artistas, enganadores de suas próprias vidas.
Num cochicho, a verdade chegou!
Sim, sim...
ela chegou!!!
E um bom sorriso agora eu dou!!!



O sol se pondo, beirando o mar,
A música que toca, enquanto sopra o vento,
Me deixam atento ao caminho que ainda falta.
Em pauta, coloco meus mais profundos pensamentos...
Onde eu também me exponho,
Me deito,
E te encontro.

quarta-feira, 23 de junho de 2010



Vou resistir a você, eu disse.
Mas mera ilusão a que, em mim, reside.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Enganos



Qual a doçura de cada ser?
Quem se conhece?
E quem conhece quem?
É tudo tão vago, mesquinho, barato...
Sentimentos banais que são maiores que os amores
Chegam sempre escondidos num buquê de flores.
Mas as flores secam,
As folhas caem,
O vento leva.
E o que cega no momento de engano,
Acorda, bem a frente, esse ser profano
Que doou ouvidos,
Palavras,
Libidos.
E o que resta é lamentar a verdadeira face
Revelada, então, pela máscara esfacelada de seu actor.


E eu que achei ser capaz de viver inerte ao tempo,
sorrio agora junto a sorrisos,
há bem pouco, desconhecidos,
despercebidos...
por um instante, vazios.
Vejo, então, que somos um cada um...
Uma vida construindo inúmeras histórias distintas.



Passei pelas mesmas esquinas,
Retornei aos mesmos bares,
Caminhei novamente pela velha cidade que, um dia, nos pertenceu.
Quis ver-te e não quis,
Quis ler-te, ligar-te e não fiz...
Uma imensa vontade de chocar-te com minhas novidades vãs...
De dizer que hoje nem me importo com os meros amanhãs.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Racionalizar...



Dias que vêm e vão,
A fumaça que se dispersa e se esvai,
Uma voz muda,
Dizer o que não sente,
Sentir o que não diz,
Compor-se,
Decompor-se,
Viver em vão,
Morrer ou não,
Laços feitos sem nós,
Um medo no início da fila
Pirraça, pirraça...
Não anda,
Me espanta.
Um aquário vazio,
Um enorme e raso rio,
Ondas quebrando num mar morto
nos levam a outros caminhos sem fim,
Sem ninguém,
Sem mim.

terça-feira, 15 de junho de 2010



Certos amores insistem em não partir...
Partem alguns corações,
Repartem peitos em prisões.



Damos bons concelhos...
É uma pena que não ouçamos os mesmos.

Paixão



Arrepios traduzindo beijos,
Descartando amores desfeitos.
Defeitos que se guardam em gavetinhas,
Se ocultam ao toparem com início de tudo...
Toda uma multidão se transforma em vazio.
E a pele é como um imã...
O prisma ofertado pelos deuses.

quarta-feira, 9 de junho de 2010



Eu sou assim, meio down...
Se quiser, fique.
Se não quiser, tchau.


Um mundo visto aos olhos de Lispector,
Seria um tanto quanto nostálgico,
Melancólico...
Dramático, talvez.
Mas, de certa forma, real, vez em quando.


Meu corpo pede intensidade...
Minha alma tem sede de emoção.
Sou puta,
Sou fina,
Trabalho na esquina.

Sou dama,
Senhora,
De dia, lá fora.

Sou tudo o que dizem,
Sou tudo que querem...

Mas filha de Deus,
Pois sou mesmo eu,
Embora reneguem.

terça-feira, 8 de junho de 2010



Meus problemas me fazem morrer pro mundo,
Me afogando em solidão.

sábado, 5 de junho de 2010



Fiz da solidão
Motivo de criação,
Conhecimento,
De auto-avaliação.

Fiz do meu quarto
A lente pro meu retrato,
Um parto pra minha arte,
As peças do meu encaixe.

sexta-feira, 4 de junho de 2010



Desejo e prazer que me consomem a carne,
Que me cobrem a pele
E encobrem o que há em meu íntimo.

Ora quero o mundo em mim,
Ora almejo apenas um mundo
onde eu possa adentrar,
e mostrar, sem medo, quem realmente sou.

Quero atravessar as fronteiras d'um novo território,
Desbravar com toda coragem o desconhecido.
Quero uma nova alma,
Que me alimente,
Que me tente
E invente em mim motivos para estar viva.


Não sei mais o que é saudade
Nem sei mais o que me parte,
O que é parte de mim,
Que parte minha lhe cabe.
Só sei que sigo sozinho
Trilhando o meu caminho,
Tentando ser o meu norte,
Meu forte...
Aprendendo a ter mais de mim.


Bom mesmo é afagar cachorros de rua
Que, em troca, vão sempre abanar o rabo...
E são felizes mesmo assim,
Sem precisar de afagos.

Rastro de Pensamento



Chegou em casa
Trancou a porta
Sentiu-se seguro

Tirou os sapatos
Desfez os laços
Desfez o escuro

Resumo do dia:

Envelheceu um pouco
Encontrou um bilhete
Precisou deitar

Mas é teimoso
Pegou o bilhete
Também uma caneta

Agora já pôde
Livre escrever
O que vem a cabeça

O tempo anda
Agora é dia
Tem que dormir

Mas, mesmo cansado,
Sentiu até a euforia
De depois renascer.

Jamison Sampaio

Seis da Tarde



Um trabalho que termina
Algum outro que começa
Pode ser início de uma vida
Ou só uma rotina impressa

Uns verão os seus amores
Outros buscarão só dores
Eu, aqui, também vou indo
Com os dias que vão vindo

Observo e retrato
O que fato me parece
Mesmo que seja bem breve

Um sorriso d'um mendigo
A passagem de um barco
Ou um amor que foi perdido


Sou dada ao papel e a caneta,
Mas proceda o seu digitar...
O clique que te alimenta as madrugadas vãs,
Que fazem companhia a sua perturbadora insónia.


O show é o retrato do ensaio.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

E que canção eu cantaria?



Talvez cantasse-me um bolero
Tão sincero que até mesmo iludiria
Minha alma, hoje fria

E diria sempre assim,
Como alguém que nada quer
Pr'outro alguém já bem cansado,
Com o peito estilhaçado
Ao desamor d'uma mulher

Oh, meu pobre e bom amigo
Sei que sente-se um mendigo
Oferecendo o teu perdão

Mas caminhe levemente,
Pois o que hoje pesa a mente,
Esquecerá teu coração.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Soneto da Solidão



Soneto da solidão
Sofrendo, de certo, em vão
Criando o seu vazio
Morrendo horas a fio

Talvez pra passar seu tempo
Ou mesmo ficar atento
Pra dor vir lhe dar um norte
Sua luz em seu próprio forte

Assim, se segue sozinho
Fazendo o seu caminho
Quem não encontrou no outro

Aquilo que idealiza
Seu íntimo, seu oposto
Que acha que lhe ameniza

segunda-feira, 31 de maio de 2010


Quem é do mar
Nunca deixa de navegar...
E eu sou assim,
do mundo
Por isso vou tão profundo
no que eu acho que é certo
Do fácil nem passo perto
Doo o melhor e pior de mim...
É, eu sou mesmo assim.

sábado, 29 de maio de 2010



Que ser humano dá amor sem esperar,
o mínimo que seja,
de troca,
de afeto,
de reciprocidade?


Poderia dar como perdido
O tempo que doei a inércia do nosso amor...
Se é mesmo que era amor,
Onde só de um era o que parecia...
Nós dois, água morna, quase fria

Rasguei versos tão sinceros,
Pus um fim as melodias
Que traziam ao meu canto,
Quase sempre que em prantos,
Alguém que eu não merecia

"Merecer" parece forte-
Fuga pra aceitar um fim...
Forte mesmo é a morte,
Que já tem a bela sorte
De não ter que se seguir

Mas agora eu sorrio,
Sou meu mar,
Também meu rio,
Pois descubro hoje a fonte
Que reside em minha fronte
E completa meu vazio.

sexta-feira, 28 de maio de 2010



Me cansam pessoas que se auto-afirmam
sem nunca terem topado com seu próprio Eu.