Escrevo porque não digo...
O que sinto, calo.

sábado, 22 de maio de 2010




Numa sociedade hipócrita, porca,
Audaciosa sou.
Sou porque sou eu mesma.
E sou mesmo eu pra quem quer que seja.

Diálogos que passeiam sobre contra-cheques
Caem como uma bigorna sobre mim.
Não que eu não me importe um tanto
com o conforto que um bom peso deles pode proporcionar.
Mas alguns prantos já não são mais brandos há tanto tempo,
que tornou-se raro não virar costume
caminhar nas ruas sem olhar as tristes caras de fome.

Certa vez, cortou-me o peito
Um belo moço tão bem quisto
Comparar a ratos os mendigos
Que o chamavam de irmão

Ele até que respondia
Com bom tom e um sorriso
Pois a "bela hipocrisia"
Era o que melhor ele vestia

Doei-lhe, então, o meu desprezo
Isso é tudo que eu tenho
Pra alguém dissimulado
Que não compro, mas desdenho.

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